Enquanto o segundo princípio identifica a gama de recursos que existem e defende a sua máxima utilização e a sua distribuição racional. Mas só os seres humanos podem utilizá-los para produzir objetos ou criar serviços úteis. Assim o terceiro princípio defende que devemos utilizar ao máximo o potencial humano, quer a nível individual, quer a nível coletivo. Neste princípio está implícito uma inter-relação, em que indivíduos saudáveis criam um coletivo são e vice-versa.
Historicamente temos regimes políticos que beneficiaram a ideia de um coletivo em detrimento do atendimento das necessidades mínimas individuais, vários países comunistas são exemplo. Por outro lado, há casos de interesses individuais a suplantar o coletivo, abrindo caminho para que um pequeno grupo de privilegiados tenha uma vida muito acima da média da sociedade. Nenhuma destas situações deve ser encorajada, pois o potencial humano terá muita dificuldade em expressar-se nestes contextos.
O desenvolvimento do potencial máximo dos indivíduos requer uma boa educação, oportunidades concretas para a aplicação dos conhecimentos adquiridos e uma base económica adequada. Infelizmente muitas países veem a educação como um custo e não como investimento, defendendo cortes orçamentais para conter défices e aplicando políticas de cortes fiscais para os mais ricos, para que possam fazer os investimentos na economia. Só com trabalhadores educados a economia poderá ser mais produtiva e criar assim mais prosperidade.
Este princípio fala em maximizar o potencial físico, intelectual e espiritual, como fazer? Nesta época tecnológica um conjunto de equipamentos existem que permitem potenciar a força física, como tratores, caminhões, etc. A nível intelectual o investimento na educação é essencial para que o conhecimento seja depois aplicado para benefício da sociedade. O desenvolvimento espiritual é conseguido quando atingimos níveis de paz interior, um estado de quietude para além dos pensamentos e das emoções.
A cooperação entre indivíduos e as suas Instituições permite sermos mais eficientes nas tarefas a desempenhar. Resumindo, o desenvolvimento dos potenciais individuais e coletivos é um ingrediente primordial para o funcionamento do segundo princípio e criar sociedades em que os recursos possam ser utilizados para o benefício de todos.
Recordamos que estes princípios irão guiar a seleção de políticas para alcançar um mundo melhor, de acordo com a visão Neo humanista. Em artigos futuros iremos também analisar porque Portugal falhou em criar uma sociedade desenvolvida e o que podemos fazer hoje para mudar. Estes princípios guiarão essa análise bem como a seleção de políticas neste contexto histórico para o caso português.
Francisco Dinis – Membro da equipa do Prout Research Institute de Portugal
(ilustração: @sarar.pela.arte)
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