A necessidade de um planeamento local, fundamentado e participado para cada região está a tornar-se cada vez mais evidente para que possamos alcançar um desenvolvimento sustentável global, que garanta o bem-estar de todos.
Nestes últimos tempos a fragilidade do nosso sistema tem estado em evidência, com as ruturas das cadeias logísticas de produção e distribuição, a situação de guerra a afetar o sector de energia e da produção alimentar e o aumento de desigualdades económicas. A necessidade de criação de regiões mais auto-suficientes e resilientes, com capacidade de resistirem a choques provenientes do exterior, está cada vez mais presente.
Em 2020 o PRIP iniciou um diagnóstico participativo da região da Cova da Beira (Belmonte, Covilhã e Fundão) onde a maioria dos stakeholders entrevistados (66,7%) considera que existe uma falta de planeamento conjunto que permita trabalhar nos problemas e/ou soluções comuns aos três municípios e que é fundamental uma estratégia conjunta que beneficie toda a Cova da Beira.
Daqui nasce o Plano Participativo de Desenvolvimento da Cova da Beira que conta com a parceria da Universidade da Beira Interior e do Proutist Universal. Com ele pretende-se promover um processo participativo de planeamento que irá progressivamente utilizar e valorizar os recursos endógenos da região, tanto humanos como naturais. Do trabalho coletivo surgirão propostas de soluções práticas para os problemas sociais e económicos vividos pela população da Cova da Beira.
Este planeamento depende do envolvimento da comunidade local, pelo que, desde o início estão envolvidas organizações governamentais (municípios) e não governamentais de várias esferas (empresarial, cooperativas, educacional, social, cultural, saúde, etc.) assim como a população em geral. O processo participativo proposto será a base para a construção de soluções emergentes e a força motriz para a implementação de ações que visam a resiliência da Cova da Beira.