A necessidade de um planeamento local racional e fundamentado para cada região está a tornar-se cada vez mais evidente para que possamos alcançar um desenvolvimento sustentável global, que garanta o bem-estar de todos.
Todo o conceito de globalização económica está ser minado por eventos históricos de evidenciam a fragilidade da estrutura, com as ruturas das cadeias logísticas de produção e distribuição, com a situação de guerra afetando o sector de energia e da produção alimentar, com aumento de desigualdades económicas dentro de diferentes sociedade e entre regiões. A necessidade de criação de regiões resilientes, com capacidade de resistir a choques provenientes do exterior, está sobre a mesa.
Desde 2020 o Prip está a preparar o terreno para um processo participativo para criar um plano de desenvolvimento integral para a Cova da Beira (Belmonte, Covilhã e Fundão), que irá progressivamente utilizar e valorizar os recursos endógenos da região, tanto humanos como naturais, e que permitirá o despoletar de ações concretas para impulsionar a economia local, aumentar o nível e a qualidade de vida da população residente e elevar a resiliência económica regional.
Este será um processo de planeamento que depende do envolvimento da comunidade local, pelo que se destina a incluir instituições governamentais (municípios) e não governamentais de várias esferas (empresarial, cooperativas, educacional, social, cultural, saúde, etc.). Este processo participativo será a base para a construção de soluções emergentes e a força motriz para a implementação de ações que visam a resiliência da Cova da Beira .
Do trabalho coletivo surgirão propostas que pretendem servir de soluções práticas para os problemas sociais e económicos vividos pela população da Cova da Beira e assim promover o desenvolvimento desta bio-região.
Metodologia
O trabalho envolve 4 fases a saber:
Fase 1 Recolha de Dados
Recolha de dados estatísticos a nível nacional, regional e local e enquadramento a nível europeu;
Resumo dos dados sobre a região e conclusões iniciais;
Envolvimento da comunidade, organizações governamentais e não governamentais locais, líderes locais, etc;
Entrevistas às partes interessadas;
Fase 2 Análise de Dados
Compilação e revisão de dados estatísticos com base nos resultados da entrevista
Fase 3 Planeamento/ Criação de propostas
Criação da “visão da Cova da Beira
Dar prioridade às soluções a serem trabalhadas;
Formulação de estratégias, ações concretas, projetos, políticas, etc., para o desenvolvimento da região da Cova da Beira, por grupos de trabalho;
Enquadramento da estratégia do Plano de Desenvolvimento Regional (PDR), dentro de uma visão ampla;
Fase 4 Implementação de ações
Os grupos trabalham em ações/projetos concretos que põem em prática as propostas apresentadas;
Acompanhamento dos trabalhos em sessões plenárias coletivas;
Relato dos resultados do PDR;
Estas fases não são estanques, a sequência de uma fase para a seguinte não é linear e o que acontece exatamente em cada fase será definido pelo conjunto de intervenientes. Estamos atualmente na fase 2 ao terminarmos a revisão da primeira ronda de entrevistas, e ao mesmo tempo continuamos com mais entrevistas e contactos com as partes interessadas que queiram aderir e estar envolvidas no PDR.
Entrevistas às partes interessadas
Nas entrevistas individuais com as partes interessadas, feitas através de uma conversa, na sua maioria presencial e informal, abordámos a perceção e o sentimento sobre os principais desafios da região, que soluções podem ser sugeridas ou em que soluções algumas já estão a funcionar, que áreas de melhoria são identificadas e que potencial é reconhecido na região. Foram também identificadas várias potencialidades ou recursos inexplorados na Cova da Beira.
Até ao momento foram entrevistadas as seguintes Instituições:
Organizações Académicas, de Educação e de Investigação
Universidade da Beira Interior
Escola Profissional do Fundão
Observatório para a Economia e Desenvolvimento Social
Cooperativas e Associações Agrícolas
Associação BioEco
Cooperativa Agrícola de Olivicultores do Fundão
Associações Empresariais
Associação Empresarial da Beira Baixa
Associação Empresarial Covilhã, Belmonte e Penamacor
Associações Culturais
Associação Cultural da Beira Interior
Movimentos Ambientalistas
Movimento Académico para a Proteção Ambiental
Instituições Governamentais
Câmara Municipal de Belmonte
Câmara Municipal da Covilhã
Câmara Municipal do Fundão
Organizações de Inovação
Living Lab da Cova da Beira – Incubadora a Praça
Associações de Desenvolvimento Rural
ADERES
Beira Serra
Organizações Sociais e Humanitárias
Santa Casa da Misericórdia de Belmonte
Santa Casa da Misericórdia da Covilhã
Santa Casa da Misericórdia do Fundão
Organizações de Turismo
ADXTUR – Agência de Desenvolvimento Turístico das Aldeias de Xisto
Ponto de Situação e Futuros Passos
Depois da Fase 2, vamos entrar na Fase de Planeamento e Criação de Propostas com as instituições e pessoas interessadas, divididas em grupos de trabalho a partir do próximo mês de Setembro. Entretanto estamos a organizar sessões de auscultação de cidadãos sobre estas temáticas, tendo sido realizados até ao momento 2 eventos na Cooperativa Coolabora na Covilhã e no Mercado Eco de Alpedrinha, no concelho do Fundão.
Para saber os resultados preliminares do trabalho e mais informação detalhada, pode consultar o relatório disponível neste site.
Francisco Dinis
Membro da equipa do Prout Research Institute de Portugal
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