Vamos parar o jogo da especulação financeira?

Envio o link do podcast com o economista Ricardo Paes Mamede, sobre as causas e as consequências da crise de 1929, nas esferas económicas, políticas e sociais, comparando com a situação actual.

https://www.esquerda.net/audio/grande-depressao-de-1929
Nada como observar e estudar factos do passado e tentar compreendê-los, para ajudar a tomar decisões racionais (racionalidade no contexto neo humanista) para os desafios actuais.

O que se aprendeu  do ponto vista económico com a crise de 1929?
A necessidade de controlar o sistema financeiro, porque se não o dinheiro servirá para especulação financeira. Assim, as pessoas compram coisas na esperança de as vender por um preço mais alto e ficar com os lucros, sem adicionar valor à economia real. Como é exemplo o sector imobiliário, onde o preço das casas sobem porque há “investidores”, tornando-se um bem não acessível à maioria das famílias (exemplo centro histórico das grandes cidades portuguesas).

Como no Imobiliário, o dinheiro é usado para todo tipo de especulação, ações na bolsa de valores, compra de dívida soberana, mercado de futuros de mercadorias, etc, A história acaba sempre da mesma forma, as bolhas rebentam e os chamados “activos desvalorizam”…Quem adquiriu em último lugar esse bem, perde dinheiro.
https://executivedigest.sapo.pt/das-tulipas-ao-subprime/
Está na altura de parar de jogar este jogo, pois os custos sociais são elevados…Contração económica, desemprego, aumento do nível de pobreza, etc.

Em Prout é importante o conceito de desenvolvimento socioeconómico de regiões em primeiro lugar, antes de qualquer integração económica e monetária (ao contrário do que se fez com o Euro). Produzir com os recursos locais, geridos democraticamente, para as necessidades  dos habitantes. O custo da especulação deixa de existir, os recursos (incluindo os financeiros) estão amarrados à economia real. Nesse sentido o PRIP está a desenvolver um estudo de Block Level Planning para a região da Cova da Beira (Belmonte, Covilhã e Fundão), para identificar potencialidades, estrangulamentos económicos e apresentar soluções para o desenvolvimento específico desta região, de forma a sensibilizar os decisores políticos, outros agentes locais e todos os habitantes.

Ps – Há cerca de cem anos atrás a humanidade enfrentou uma pandemia e uma depressão económica profunda, com impactos persistentes durante os anos 30, culminando na devastadora II Guerra Mundial. Pelos vistos estamos a seguir o mesmo guião, com a agravante da crise ambiental…Esperemos que haja mais clarividência para não trilhamos os mesmos caminhos dolorosos…

Francisco Dinis

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Usando o poder colectivo para quê?

Um vídeo do Dr Richard Wolf, sobre três formas de socialismo:

1. Socialismo Democrático – O socialismo democrático usa o Estado, um conjunto de leis e de regulamentos, procurando evitar os excessos do sistema capitalista, protegendo os  trabalhadores, o ambiente, as comunidades, etc. A maior parte dos países da europa ocidental tem ou teve partidos políticos defensores deste sistema nos seus governos.

2. Comunismo – Onde o Estado interfere diretamente no sistema económico. Caso da Antiga União Soviética e da actual República Popular da China.

3. Socialização no local de trabalho – Fica um video explanatório

Outra forma de socialismo é a que assistimos na última década, onde o Estado é usado para salvar financeiramente grandes entidades privadas (por exemplo Bancos). É o socialismo para os super ricos não sendo assim um socialismo ideológico mas de conveniência pura.

As grandes empresas privadas estão focadas na maximização de lucros a curto prazo, que beneficiarão um pequeno número de acionistas.
Ao contrário, é expectável que nas empresas onde os trabalhadores têm voz outras prioridades surjam: Emprego estável de longa duração, boas condições de trabalho, cuidado com o meio ambiente onde vivem e com a comunidade envolvente.
Prout advoga um sistema cooperativo para bens essenciais e/ou quando a empresa atinge uma determinada dimensão.

Deixo estatísticas sobre o movimento Cooperativo a nível mundial…

https://www.un.org/esa/socdev/documents/2014/coopsegm/grace.pdf

Na região da Beira Interior o PRIP está a realizar esforços para a criação de uma cooperativa no sector da agricultura biológica.

Francisco Dinis

Maheshvara PachecoUsando o poder colectivo para quê?
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Convenção de Prout 2020

Convenção de Prout 2020

Programa oficial Prout Convention 2020

A convenção de Prout começa a ser para muitos de nós o evento mais significativo do ano em termos de inspiração para o futuro, mas também uma oportunidade para estarmos com amigos que não vemos há muito tempo. Juntando centenas de activistas todos os anos em Vig, na Dinamarca, é realmente uma oportunidade única para conhecer aqueles que trabalham com a visão de Prout, desenvolver conhecimentos, fazer networking e criar projectos inspiradores, tudo num contexto muito agradável e familiar.

Este ano, devido à pandemia da Covid-19, torna-se impossível realizar a convenção nos moldes em que estamos habituados, mas nem por isso vamos parar. Decidimos então juntar-nos online, e fazer os nossos workshops e seminários através da web. O evento vai estar aberto a todos, e podem consultar todos os pormenores do programa na página web da convenção: http://www.proutconvention.dk/

Adicionalmente, não queriamos perder a oportunidade de nos reunirmos fisicamente, por isso decidimos criar eventos locais durante a convenção, onde nos podemos juntar em pequenos grupos para participar no programa. Cada país terá coordenadores locais que irão organizar estes pequenos eventos “satélite”. Em Portugal, o PRIP está a fazer esse trabalho.

Infelizmente, não poderemos acolher os participantes durante o evento internacional durante toda a sua duração, mas decidimos organizar um fim de semana em grande para os que sentem falta do ambiente familiar e interactivo da Prout Convention. A decorrer na Master Unit Ananda Valley, dias 23 a 26 de Julho, este evento irá agregar proutistas e simpatizantes neste belo vale da Serra da Estrela. Para além do programa online, vamos ter oportunidade de participar em jogos interactivos que nos permitirão conhecer melhor Prout, eventos culturais, apresentações de projectos, e muito mais!

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O preço do programa será de 78€, ou 26€ por dia (Quinta-Feira e Domingo contam como meio dia – 13€). Custos acrescidos para aqueles que quiserem alugar tenda, colchão e saco cama (4€/dia), para aqueles que prefiram dormir em dormitório (4€/dia) ou em tenda de glamping (13€/dia). Se por alguma razão não te for possível pagar, não hesites em nos contactar através do email e tentaremos encontrar uma solução em conjunto.

Devido à pandemia do Covid19, vamos ter uma lotação máxima, ainda a definir, por isso regista-te assim que puderes para poderes garantir lugar!

Ficamos à tua espera!

Para partipar regista-te em baixo.

Para mais informações, contacta-nos em info@prip.pt, ou 920142653.

O evento no Facebook:
https://www.facebook.com/events/267999867803634/

Maheshvara PachecoConvenção de Prout 2020
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Conferência sobre estratégias para o desenvolvimento económico local – 2018

É cada vez mais evidente a necessidade de uma nova economia.
Os dados estão apresentados: o sistema económico atual é insustentável, tanto economica quanto ambientalmente, dizem os especialistas. Os nossos fundamentos económicos provaram serem falsos. Entramos numa arriscada tempestade de desigualdade económica, especulação financeira, esgotamento de recursos e destruição ambiental. Como o provérbio chinês diz: se quisermos mudar de rumo, não podemos seguir a mesma direção que temos percorrido até agora – devemos mudar de direção. É hora de mudanças no sistema económico.

Esta conferência foi um ponto de encontro de pessoas e instituições que procuram novas soluções e modelos socio-económicos centrados nas pessoas e no planeta, com uma perspectiva local e global. A conferência apresentou novos exemplos de democracia económica, desenvolvimento de economias locais resilientes, cooperativas geridas pelos trabalhadores ou produtores, empreendimentos sociais e ambientais, etc.

Oradores:

Dia 8 de Maio – Terça

1º Liderança Local para o Desenvolvimento Inclusivo (9.15 – 10.45 hrs):

a) Matthew Jackson – Centre for Local Economic Strategies CLES – Preston Model – Reino Unido (cles.org.uk).

b) Projecto PROVE – ADREPES – Associação de Desenvolvimento Regional da Península de Setúbal.

c) Projecto Agri-Urban – Fundão.

2º Da Competição à Cooperação: Nova Visão para a Sociedade (11.15 – 12.45 hrs);

a) Roar Bjonnes – Autor do livro “Growing a New Economy – Beyond Crisis Capitalism and Environemtal Destruction”.

b) Prof. André Barata – UBI.

c) Prof. Ana Leonor Santos – UBI

Cine/Debate (14.30 – 15.45 hrs)

Networking (15.35 – 16.15 hrs)

3º Banca Ética e Finanças Sociais (16.25-17.55 hrs)

a) FESCOOP – Banca Ética.

b) Empowertolive – Financiamentos Alternativos.

c) José Pinto – ISEG – Moedas Locais.

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Dia 9 de Maio – Quarta

4º Democracia Económica: As cooperativas (9.15-10.45 hrs)

a) Mikel Lezamiz – Rede de Cooperativas Mondragon (País Basco – Espanha).

b) Cooperativa Copérnico (Energias Renováveis).

c) Cooperativa de Olivicultores do Fundão.

5º Nova Visão para a Beira Interior: Os Municípios e o Desenvolvimento Local (11.15 – 12.45 hrs)

a) Covilhã

b) Fundão

c) Idanha a Nova

Momento EDEA – Ações Futuras (14.30 – 15.35 hrs)

6º Empresas Privadas com responsabilidade Social e/ou Ambiental (16.00 – 17.30 hrs).

a) Sementes Vivas- Living Seeds – Idanha.

b) Colégio Um Dó Li Tá.

c) Academia de Código

Maheshvara PachecoConferência sobre estratégias para o desenvolvimento económico local – 2018
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Oportunidades de voluntariado

Oportunidades de voluntariado

Grande parte do trabalho do PRIP é desenvolvido por uma equipa de voluntários que trabalha incansavelmente para propagar as ideias e os valores que consideramos absolutamente vitais para uma sociedade saudável e próspera. Assim, estamos sempre à procura de pessoas que queiram disponibilizar o seu tempo para nos ajudar.

Neste momento precisamos:

  • Tradutores
  • Gestor de redes sociais
  • Planeador de eventos
  • Project Manager
  • Fundraiser

Se tiveres outro interesse ou ideia para além daquilo aqui listado, contacta-nos em info@prip.pt.

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Emprego

O emprego constitui a principal estratégia de Prout para distribuir riqueza entre os indivíduos e garantir que eles possam comprar os bens e serviços necessários para as suas necessidades básicas e para o seu desenvolvimento integral. Excepto aqueles com necessidades especiais e incapazes de trabalhar, todos os adultos saudáveis ​​devem ter acesso a empregos com salários decentes.

Prout considera que economias assistêncialistas, que dependem do apoio público e / ou caridade privada para fornecerem à sua população as necessidades básicas, como basicamente defeituosas. Por meio de um planeamento económico adequado e escalas de remuneração equitativas, oportunidades de emprego podem ser criadas. O planeamento pode exigir a criação de empresas de trabalho intensivo nos estágios iniciais, bem como a redução das horas de trabalho posteriormente, à medida que o ritmo de automação aumenta. A remuneração será assegurada através do extenso sistema de cooperativas de Prout, que será responsável pela maior parte da produção na economia. A estrutura de propriedade coletiva das cooperativas está associada a uma distribuição equitativa de salários e lucros, resultando em melhores padrões de vida para seus trabalhadores.

Além disso, as regiões económicas que planeam 100% de emprego devem visar a criação de empregos para os residentes locais que gastam a maior parte dos seus salários e lucros localmente. As populações não locais tendem a extrair a riqueza que acumulam da economia local, enfraquecendo a capacidade da região de crescer e criar empregos.

Cortesia de: Prout Global

Maheshvara PachecoEmprego
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Economia local

Hoje, a concentração de riqueza nas mãos de uns poucos cria uma série de problemas sociais, de saúde e económicos. Indivíduos extremamente ricos e grandes corporações multinacionais adquiriram poder económico suficiente para suprimir a concorrência e controlar os mercados para beneficiar os seus próprios interesses.

Para reverter essa tendência, Prout apoia a política de descentralização económica, para que a população local ganhe controlo sobre seus destinos económicos e a riqueza seja distribuída de maneira mais equitativa. Essas economias locais prósperas e auto-suficientes formam a base do sistema socioeconómico de Prout.
Descentralizar a economia implica:

  1. controlo local do planeamento económico,
  2. produção principalmente para consumo local,
  3. produção e distribuição gerenciadas por cooperativas locais incorporadas na comunidade,
  4. contratação direcionada aos residentes locais por forma a obter pleno emprego, e
  5. a eliminação gradual de todos os produtos e serviços não locais.

Através de uma descentralização extensa e intensiva, as localidades tornam-se mais auto-suficientes e criam riqueza para seus residentes. A implementação da descentralização variará de acordo com a eficiência económica – por exemplo, embora a maior parte da produção de alimentos possa ser feita localmente, uma fábrica de produção regional seria mais prática para, por exemplo, a fabricação de carros e outras indústrias de grande escala.

Cortesia de: Prout Global

Maheshvara PachecoEconomia local
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Impostos

Historicamente, os impostos têm sido vistos como um “mal necessário” para financiar o governo. Eles são difíceis de colectar, exacerbam as desigualdades na sociedade e incentivam a uma série de atividades ilegais. Nos tempos modernos, os impostos sobre rendimentos pessoais são particularmente severos, pois reduzem directamente o salário de um indivíduo.

Prout sugere a eliminação dos impostos sobre rendimentos e substitui-os por um imposto sobre a produção, cobrado no ponto de produção. Os produtores de bens ou serviços pagariam um imposto antes do seu produto ser comprado pelo consumidor. Embora a política de descentralização de Prout reduzisse bastante a necessidade de importação, todos os produtos importados estariam sujeitos a um imposto de importação a ser pago pelo importador antes de ficar disponível para os consumidores.

O imposto sobre a produção seria cobrado progressivamente, de modo a que as mercadorias essenciais sejam tributadas menos que bens não-essenciais. Dessa forma, aqueles que optarem por gastar mais dos seus rendimentos em produtos não-essenciais pagariam preços mais altos devido a taxas de impostos mais altas. O sistema de tributação de Prout seria muito mais simples de manter, tornaria a colecta tributária mais eficiente, reduziria a evasão ao fisco e colocaria mais carga tributária sobre aqueles dispostos a pagar mais por bens e serviços de luxo.

Cortesia de: Prout Global

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Desigualdade

O capitalismo, especialmente na sua forma actual de capitalismo corporativo [existem outros tipos?], facilita a concentração de riqueza em alguns indivíduos poderosos e entidades empresariais. Devido à herança, tributação ineficaz ou regressiva sobre a riqueza, salários deflaccionados e diferentes formas de exploração económica e social, os ricos vêm ganhando maior controlo sobre o capital e a riqueza, resultando em disparidades cada vez maiores. Segundo analistas da Credit Suisse, uma instituição financeira global, 1% dos mais ricos do mundo agora possuem mais da metade de toda a riquesa global.

Para criar maior equidade económica que aumentará o acesso de todos a salários decentes e aumento do nível de vida, Prout propõe um limite para o excesso de acumulação de riqueza. Isso serviria como um tecto para a riqueza, a ser determinado pela sociedade coletivamente (e provavelmente imposto pelo governo) e variaria ao longo do tempo de acordo com as necessidades e possibilidades de cada sociedade. Esse tecto de riqueza seria alto o suficiente para que indivíduos altamente produtivos pudessem adquirir amenidades adequadas, mas não tão altos que inibissem o desenvolvimento da economia através da acumulação de grandes quantidades de riqueza. Também ajudaria as pessoas ricas a utilizar a sua energia para o desenvolvimento das suas potencialidades intelectuais, artísticas e espirituais, não gastando tanto para a acumulação de riquesa.

Cortesia de: Prout Global

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Mercados

Uma economia de mercado depende da interação entre a oferta e a procura para determinar como o capital é investido, o que é produzido e como os preços são estabelecidos. Por exemplo, quando há muita oferta de um produto, os vendedores do produto tendem a investir menos capital na produção ou compra e reduzir seus preços para vender o excesso de stock que possuem. Por outro lado, quando há muita procura por um produto e pouco stock, os preços provavelmente subirão devido à sua escassez e mais capital poderá ser alocado para aumentar sua produção. Esta é uma imagem simples de como a oferta e a procura operam num mercado aberto.

Embora teoricamente deva haver pouca ou nenhuma interferência do governo na operação de tais mercados (daí o termo “mercados livres”), a maioria das economias do mundo regula seus mercados em certa medida por meio de políticas e regulamentos diferentes. Seja devido à manipulação de forças económicas poderosas ou à intervenção governamental defeituosa, crises de mercado ocorrem, que resultam em disparidades económicas prejudiciais, problemas sociais e degradação ambiental.

Por meio das suas políticas de democracia económica, Prout evita crises de mercado ao descentralizar a economia e empodera localidades e regiões com a tarefa de se desenvolverem economicamente. Essa abordagem não sobrecarrega a economia com controles de preços e planeamento centralizado, nem permite que agentes económicos não locais, como grandes corporações, dominem o mercado para seu próprio lucro. Em vez disso, as localidades são capazes de atender às necessidades locais usando mecanismos de mercado para atender ao consumo local. Através de um planeamento económico local, as comunidades podem atender às suas necessidades actuais e futuras, garantindo o fornecimento necessário de bens e serviços e, ao mesmo tempo,  respeitando as condições sociais e ambientais.

Cortesia de: Prout Global

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