2º Princípio de Prout – Deve haver a máxima utilização e distribuição racional dos recursos materiais, intelectuais e espirituais

Este artigo foi construído com extratos de textos do livro “Despertar para uma Nova Economia”, de Roar Bjonnes e Caroline Hargreaves.

            Limitar a acumulação de riqueza é vital para garantir a todos os indivíduos as condições mínimas de vida. Contudo, a menos que que se crie riqueza suficiente para satisfazer as necessidades de todos, a  limitação da acumulação não é suficiente. O segundo Principio aborda esta questão. Primeiro advoga a necessidade da máxima utilização dos recursos e depois afirma que estes recursos devem ser distribuídos racionalmente.

            Que tipo de recursos existem?

            1º – Materiais, incluem terra, água, minerais, energia, entre outros dentro da categorias recursos materiais naturais. Também são incluídos os recursos materiais que foram transformados pela atividade humana como fábricas, quintas, carros, navios, etc. O segundo Principio declara que todos devem ser utilizados ao máximo, o que significa que por exemplo os minerais devem ser extraídos eficientemente e transformados em artigos úteis com o mínimo de desperdício; que a capacidade produtiva não deverão ser mantidas ociosas. Durante a utilização dos recursos, deve ser utilizada a mais recente tecnologia apropriada.

            2º – Recursos intelectuais ou imateriais são ideias, conhecimentos e know how. Também incluem todas as expressões artísticas. Na realidade a própria mente humana é um recurso imaterial. Sem recursos intelectuais é impossível utilizar os recursos materiais, já que o próprio processo de utilização é um conceito intelectual. Os recursos intelectuais são diferentes dos materiais na medida que não diminuem quando são utilizados. Quanto mais os recursos intelectuais são distribuídos, mais valor mais valor eles produzem. Quando mais educada for uma sociedade, maior será o seu potencial de prosperidade social, cultural e económica.

            3º – Recursos espirituais. Todas as culturas e religiões reconhecem uma realidade além do mundo material, que é fonte de força, inspiração e ânimo para os indivíduos. Os recursos espirituais incluem escritos edificantes, educação ética, práticas espirituais de vários tipos, contacto e momentos de aprendizagem com pessoas conectadas com essa realidade transcendental. Algumas personagens místicas históricas que contribuíram espiritualmente e culturalmente, como o Rumi, no Irão e Santa Teresa de Ávila, na Península Ibérica.

            A máxima utilização está relacionada com a distribuição racional. É impossível utilizar ao máximo alguma coisa se ela não for devidamente distribuída. A distribuição racional significa:

            a) Reservar recursos suficientes para a produção futura;

            b) Fornecer a todos os seres humanos os requisitos mínimos, produzindo quantidades suficientes de bens de primeira necessidade a preços acessíveis.

            c) Proporcionar regalias especiais às pessoas que contribuem muito para a sociedade.

            A utilização máxima está também relacionada com o conceito de utilização eficiente. Se algo for utilizado de forma ineficiente, haverá desperdício e ficamos aquém da utilização máxima.

            As ineficiências da economia atual são enormes. Por exemplo, a maioria dos investidores prefere especular do que realizar investimentos produtivos, assim são desviados para a especulação 95% de todos os investimentos. A especulação não acrescenta qualquer valor nem produz nada. É uma economia parasitária que se alimenta da economia real e produtiva. Assim, 95% de todos os investimentos que deveriam ser fonte de carecimento económico são completamente desperdiçados.

            A pobreza não só priva as pessoas de necessidades materiais como também as impede de desenvolver as suas próprias potencialidades. Sem educação e saúde apropriadas, as pessoas tornam-se em fardos em vez de recursos. Se todos os seres humanos tivessem acesso à educação, à saúde, à alimentação e a outros recursos para desenvolver os seus potenciais inatos, seriam capazes de contribuir imensamente para a sociedade e assim aumentar a riqueza coletiva além do que consomem. Manter a maioria na pobreza, enquanto que uma minoria vive no luxo é um falhanço moral e um desperdício.

            Com estas noções sobre os recursos, estamos prontos para aceder ao terceiro Principio, que está relacionado com o potencial dos seres humanos, que de facto conjugam todas as categorias de recursos disponíveis para a produção de coisas com valor para a sociedade, falaremos dele no próximo artigo.

Francisco Dinis – Membro da equipa do Prout Research Institute de Portugal

Shanti Agostinho2º Princípio de Prout – Deve haver a máxima utilização e distribuição racional dos recursos materiais, intelectuais e espirituais

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